quinta-feira, 27 de junho de 2019

A VIDA DE JESUS CRISTO E SUA TRAJETÓRIA

A VIDA DE JESUS.
Quando buscamos conhecer a história de Jesus de Nazaré, devemos primeiro buscar o tema central na Bíblia Sagrada, pois Jesus está feito revelação na Palavra que transforma e salva, a história e assim faz parte do conhecimento e podemos fortalecer a fé através da oração no Senhor “O Filho de Deus”
RESUMO
A historicidade de Jesus, assim a única fonte para estabelecer-se uma vida de Cristo é o Novo Testamento, sobretudo os quatros Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as Cartas de Paulo. Os autores desses escritos foram discípulos e contemporâneos de Jesus Cristo. Há controvérsia sobre o valor histórico do Novo Testamento, formado de escritores religiosos.
A controvérsia surgiu no século 17 e se intensificou no século 19, com o racionalismo alemão de Ebrard e Reuss. Seguiram-se Herder, Eichorn e Paulus que, negando o sobrenatural, procuraram limitar-se aos elementos puramente naturais da narração. Tentando superar essa interpretação, que mutila os documentos não levando em conta a maior parte de seu conteúdo.
Strauss apresentou a teoria mitológica, discernindo e separando nos Evangelhos o Jesus mítico do Jesus histórico. Mas como Celso e Flavio José, adversários do cristianismo nos primeiros séculos, os racionalistas jamais negaram o foto da existência de Cristo. As recentes discussões entre Bulltmann e Karl Jaspers, sobre a realidade do mito, dão à discussão maior profundidade e complexidade. Para  estabelecer a historicidade de Virgilio, Cícero, Cesar, dispondos de manuscritos  cuja data original  dista séculos da época em que viveram esses personagens.
Em relação a Jesus, os manuscritos são quase contemporâneos. Existem pequenas discordâncias entre os autores evangélicos. Tais discrepâncias e a rejeição pela comunidade primitiva de muitos evangelhos detalhistas e apócrifos corroboram a fidelidade dos discípulos ao fato histórico. Jesus existiu, e, como é natural, foi visto de mais de um angulo por mais de um discípulo.

A VIDA DE JESUS.

JESUS Nasceu em Belém de Judá, seus pais foram José e Maria, José era descendente da família real de Davi, e Maria, também da estirpe real de Davi Os apóstolos evangelistas Mateus e Lucas dão sua genealogia conforme reveladas nos evangelhos sinóticos. Mateus incluiu a presença de duas ligações ilegítimas na linhagem de Cristo: Judá, o filho de Jacó, com Tamar (Gn 38), Davi com a mulher de seu general Urias (2 Sm 11)

José e Maria moravam em Nazaré e haviam ido a Belém para o censo decretado pelo imperador romano Augusto, eles não encontrando hospedaria na cidade, refugiaram-se em uma gruta - estribaria, onde nasceu Jesus. Pastores da região e príncipes do Oriente reconheceram na criança o Messias esperado. O casal fugiu para o Egito. Herodes, informado da impressão causada pelo nascimento de Jesus, ordenou a matança das crianças de Belém e arredores (Mt 2.16).

Depois da morte de Herodes, José e Maria regressaram do Egito e passaram morar em Nazaré, onde aquele era carpinteiro. Ali viveu Jesus. No período de vida oculta – do nascimento a vida publica – apenas sabemos que Jesus esteve em Jerusalém para ser circuncidado e sua mãe purificada (Lc 2.21-22) e, todos os anos, para a festa da Páscoa (Lc 2.41).
Aos 12 anos de idade, em uma dessas visitas a Jerusalém, Jesus deslumbrou os doutores do Templo pela sua interpretação das Escrituras. No ano 15 do reinado de Tibério, Jesus reapareceu para ser batizado por João Batista. Após um período de escassez no deserto, vemó-lo explicando as Escrituras na sinagoga de sua cidade Nazaré, na Galileia (Lc 4.14), e iniciando pregação e afirmação de poderes extraordinários que arrastavam multidões. Dali passou à Judéia, à Samaria, a Jerusalém.

Tornou-se famoso pelo estilo oratório simples e incisivo, pela suave força de sua doutrina quanto às relações com Deus (Mt 6.9) e os semelhantes, pela fraternidade universal, pelas reações contra o sectarismo e o ritualismo dos fariseus e sacerdotes (Mt 23.13), e, finalmente pela exaltação dos humildes, dos mansos e dos pobres (Mt 5., pelo caráter universal da religião que pregava. Mais ou menos aos 33 anos foi acusado de subverter a lei religiosa, e a ordem política da Judéia.

 Traído por Judas Iscariotes, seu discípulo, foi preso no Jardim das Oliveiras após haver celebrado a Ceia Pascoal com os discípulos. Entregue ao Sinédrio, passou uma noite de humilhações, flagelos e pancadas, sendo a seguir levado ao governador romano Pôncio Pilatos, que remeteu ao Rei Herodes. Este devolveu de novo a Pilatos que, julgando-o inocentou e inócuo ao Império Romano, pensou apaziguar o povo romano irado com um simples castigo de açoites. Mas o povo, açulado pelos sacerdotes, gritou que crucificassem e preferiu a liberdade do ladrão Barrabás à libertação de Jesus. Cristo foi crucificado entre dois ladrões no Monte Gólgota, também denominado Calvário. As passagens do Novo testamento que se referem à paixão de Cristo são geralmente lidas em paralelo com o capitulo 53 de Isaias.

Mesmo considerando sua história até este ponto, Jesus não pode ser confundido com os profetas que surgiram em Israel como fenômenos crônicos. Basta que se compare o conteúdo de sua mensagem, acima do que havia de mais respeitado em Israel, a Lei de Moisés e os profetas (Lc 24.44).
Contrariando todas as tendências de seu povo e do mimetismo religioso, ele se identifica com Deus (Lc 22.69). A diferença entre Cristo e os fundadores de religiões, Buda, Maomé e todos os demais, é que ele é simultaneamente revelador e a revelação de Deus. A fé se coloca em termos pessoais entre cada individuo e ele, aceitando-o ou recusando-o (Jo 3.18,36; 12.48).
Os Evangelhos e as Epístolas não encerram a vida de Jesus com a crucificação. 3 dias após seu sepultamento, seus discípulos, mulheres e homens amedrontados declararam havê-lo visto, de inicio aqui e ali, depois durante 40 dias de maneira contínua, até sua ascensão aos céus.

É este o ponto central do cristianismo, sem o qual se torna inútil e vão como declara Paulo em sua primeira carta aos Coríntios (1Co 15.14). Todos os historiadores concordam que os primeiros cristãos acreditaram na sobrevivência gloriosa de Jesus. Divergem quanto à origem dessa criança. Para Ramires (1777) foi má fé dos discípulos que roubaram o cadáver.

Para Salomão Reinach foi a contaminação de fatores não-cristãos, como a ressurreição dos deuses e o culto dos heróis. Teríamos então uma exacerbação do messianismo judeu. Os apóstolos precisaram desenvolver um objeto de culto, fazer com que o Jesus terrestre, que eles admiravam, ressuscitasse o Jesus da fé.
Os cristãos católicos, ortodoxos e evangélicos, colocam na origem dessa crença uma intervenção objetiva e não apenas subjetiva. O dogma católico diz que a ressurreição de Cristo não deve ser considerada como simples mistério de fé nem como a reanimação de um cadáver, mas como mistério e fato histórico.

Há uma grande diferença, desta vez para o inverso, entre os evangelhos apócrifos e os Evangelhos a respeito da ressurreição: os sinóticos e o Evangelho de João apresentam a crença como baseada em fatos negativos como as aparições, que são distintas de visões.
Não são apresentados argumentos, mas testemunhas (At. 2.32; 3.15), que são apenas os seus seguidores. É, de novo, um problema de aceitação pessoal, um problema de fé. A história de Jesus Cristo, e todas as suas conseqüências, prolongam a questão persistente nos Evangelhos: “Quem pensam que eu sou?” (Mc 8.27).

E ele dá a resposta na perspectiva do problema psicológico humano da salvação: aceitá-lo ou negá-lo é optar definitivamente (Mt 10.33; Jo 14.8-9). Respondendo à pergunta de quem era Jesus, os Evangelhos apresentam expressões que outros lhe aplicaram e as aceitou: Messias, Eleito, Filho de Davi; expressões com que ele mesmo se designou: Filho de Deus e Filho do Homem; e expressões dele e de outros a seu próprio respeito.
Todos esses termos devem ser entendidos de acordo com o sentido histórico. Messias não é um termo técnico do Antigo Testamento, aplicando-se ao povo todo como nação ungida, reino sacerdotal. Mas, na época de Jesus, em que o povo vivia sob o jugo romano, o termo tinha a conotação que hoje lhe damos de Libertador. “O mesmo se pode afirmar dos termos “Diletos” “O Eleito” (Lc 9.35; 23.35) e Filho de Davi”.

Jesus teve profunda concepção da paternidade divina, entendia a Deus como Pai (17 vezes no sermão da montanha, 107 vezes no Evangelho de João). Daí o termo “Filho de Deus” revestir-se de particular importância, sobretudo porque ele distingue sua filiação da dos discípulos (Mt 11.27; Mt 6.9). O termo “Filho do Homem” refere-se a uma passagem de contexto messiânico (Dn 7.13). A expressão aparece 14 vezes em Marcos; 9 vezes em Mateus; 8 vezes em Lucas e 12 vezes em João e mais freqüentemente em sentido escatológico, ou seja com sentido referente ao fim do mundo. Parece ter sido o termo preferido por Jesus pelo seu sentido misterioso.
 Outras expressões aplicadas a Jesus nos Atos dos Apóstolos 8.10, na 1ª Carta aos Coríntios 1.24,30, como “Poder e Sabedoria de Deus” é de inspiração sapiencial como se ver nos Provérbios 3.22-31. “Último Adão” (Rm 5.12-21) é uma antítese que daria sentido ao episodio da tentação de Jesus no deserto, como Adão fora tentado no Paraíso, “Primogênito” (Rm 8.29; Ap 1.4) indica ser Jesus a síntese do universo criado (Cl 1.15-15). “Ressurreição e Vida” (Jo 11.25) “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14.6) em correlação com a via de acesso ao Pai (Ef 2.18; Hb 10.19).
A expressão lembra os ditos de Philo sobre o caminho real da sabedoria. Mas aqui o caminho não é uma doutrina, é uma pessoa. “Porta” “é uma expressão antiga como Gênesis (Gn 28.17) e aparece em parábolas e ditos de Jesus (Lc 23.24), Pão de vida” é termo tão antigo como quanto “maná” (Ex 16.1-36)Tem o significado de assimilação da sabedoria como se pode ver comparando Isaias 25.6 e o capitulo 6 de João sobre a multiplicação dos pães. “Irradiação da Glória Divina” (Hb 1.3) seria uma expressão de origem alexandrina que se encontra em Philo aplicada à sabedoria.
A luz do Antigo Testamento o termo assume conotação de transcendência divina como no Êx 14.16 “Luz do Mundo” (Jo 8.12) é uma ideia de origem grega, lembrando a gnose com o seu combate entre luz e trevas, tema da 1ª Carta de João 2.8, mas também presente no Antigo Testamento (Is 42.6) “Imagem de Deus”, “Cabeça do Corpo” místico: Cristo é a cabeça da comunidade dos fiéis (igreja) (Cl 1.18)


BIBLIOGRAFIA – ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA BARSA
Albert Schweitzer, A. Busca do Jesus Histórico (1910),
E. Renan, Vida de Jesus (1863)
Daniel Rops, Jesus em Seu Tempo (1956)
l. de Grandmaison,Jesus Cristo (1930-35)
Giovanni Papini, Vida de Jesus (1921);
E.J. Goodspeed, A Vida de Jesus (1950)
S.J. Case, Jesus Uma Nova Biografia (1927)
John Knox, O Homem Jesus Cristo (1941) – (J.T.L)




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A VIDA DE ABRAÃO

ABRAÃO: OU ABRÃO?
 Este nome de Deus primeiramente aparece em conexão com Abrão. (Gênesis 17: 1-2.) Anos antes e em diferentes ocasiões, Deus prometera a Abraão que faria dele uma grande nação e uma numerosa descendência. Os anos se passaram e o filho prometido a Sara e Abrão não vinha.
Foi então que ele recorreu àquele expediente carnal que trouxe Ismael e o Islamismo ao mundo. E a promessa de Deus ainda não havia se cumprido. E agora, de acordo com as leis da natureza, era muito tarde: Teólogo e escritores bíblicos contradizem a sua idade, mas a mais próxima era que Abrão contava com 99 anos de idade e Sara com 90 anos; final é a única mulher que dize sua idade na Bíblia. A esta altura é que Deus lhe aparece como o Deus Todo-poderoso (El-Shadai) e repete Sua promessa.
E aqui é que seu nome foi mudado de Abrão para Abraão, que significa "pai de muitas nações". Aqui temos uma promessa desconcertante, mas Abraão não vacilou, pois ele "era forte na fé, dando glória a Deus". Romanos 4:20. A fé forte de Abraão era baseada sobre esta nova revelação de Deus como Deus Todo-poderoso (El-Shadai). "Ele não considerou mais seu corpo como morto... nem a madre de Sara como infrutífera"; pois seus pensamentos estavam sobre um Deus Todo-suficiente. Esta é uma bela ilustração da diferença entre a lei da natureza e o Deus da natureza. As leis da natureza não podiam produzir um Isaque, mas isto não era problema para o Deus da natureza. Não importa, se todas as coisas forem contra Deus; Ele é Todo-suficiente nele mesmo.

Descendente de Sem, filho de Noé Era Caldeu segundo (Gn 11.10) e seguintes (Gn 11.28). Foi escolhido por Deus para ser o pai de uma grande nação (Gn 12.1-3), deixou a Mesopotâmia, dirigindo-se a Canaã. Sua história é narrada nos capítulos do livro de Genesis 11-25, viveu primeiro em Harã, onde morreu seu pai, depois em Siquém e Betel.
A penúria obrigou-o a dirigir-se até o Egito, onde para salvar sua própria vida cedeu sua esposa Sara ao Faraó. Depois disso O Senhor Deus castigou o Faraó, então como Abraão era um pastor nômade, sempre a procura de boas pastagens para os seus rebanhos.
Na história de Abraão encontra-se uma das maiores teofanias da Bíblia. Deus se (diz El Shadday, o Deus da Montanha (Gn 15.7); 28.13; 35.11), e fez com Abraão uma “aliança”. Este termo resume toda a religião, fixando exigências morais e rituais, como a circuncisão (Gn 17.23-27.
O curioso é que para assegurar a prosperidade prometida, Abraão uniu-se à sua escrava egípcia Hagar, da qual teve um filho com Abraão e foi chamado de Ismael Cf. (Gn 16.).
O milagre: O milagre de Deus dando à estéril esposa de Abraão chamada Sara um filho que se chamou Isaac (Isaque), herdeiro da promessa, que valoriza a intervenção divina, Isaque, e não Ismael, que figura na genealogia de Jesus no Evangelho de Mateus logo no primeiro capitulo.
Sendo assim para consagrar definitivamente a promessa e a aliança, Deus pede a Abraão que sacrifique o seu filho Isaque, isso está no capitulo 22 onde narra esse episodia de uma elevação trágica alcançada apenas na Grécia Clássica, que inspirou inúmeros quadros de arte, poemas e ensaios filosóficos, que retrata o desespero absoluto de Abaão, no momento exato em que Abraão se aprestava para obedecer cegamente à ordem dada por Deus e ele o recebia pela fé.
Mas como Deus é misericordioso suspendeu o sacrifício e renova a promessa (Gn 22.15-19), o apostolo Paulo interpreta a história de Abraão na Epistola aos Romanos, (Rm 4.) como à luz da tipologia cristã: Abraão, o incircunciso,foi o pai dos circuncisos ou predestinados.
Conclusão:  
Foi depois da fome que Abrão rumou depois do Egito para o vale de manre, onde se fixou; seu sobrinho Ló, rumou para a cidade próxima chamada Sodoma a cidade do pecado.
Abraão é o mais antigo patriarca na linhagem dos Hebreus que se tem noticia, nasceu em Ur, na Caldeia, sua migração sempre levou com ele o sobrinho Ló (Lot), mas tarde Deus ordenou que deixasse a pátria e a tribo, e fosse Canaã onde seria pai de um grande povo, Canaã havia muita fome, e partiu para o Egito.
Tempos depois de seu retorno Deus apareceu novamente a Abraão e anuncio a estéril esposa Sara com mais de 80 anos, teria um filho que devia dar o nome de Isaac, em provação de sua fé, so quando seu filho completou 25 anos, foi que o Senhor ordenou que sacrificasse, mas lhe fazer a vontade apareceu um anjo e suspendeu-lhe o braço em recompensa a sua obediência, Deus confirmou nas bênçãos com sua escrava Hagar, um filho chamado Ismael, do qual descenderam os Ismaelitas.
Na história deste hebreu patriarca mais antigo registra que quando sua esposa Sara veio a falecer, Abraão casou-se novamente com uma mulher de nome Cetura (Quetura), menciona a Biblia em (Gn 25.1-6) e também em (1Cr 1.32-33) numa genealogia, mas entre os capitulos do livro de Genesis (24-25) alguns afirmam que estão relacionados (Cf. Gn 24.36) – aconteceu após a morte de Sara, Cetura ou Quetura foi mãe dos filhos de Abraão com quem teve seis filhos, e Hagar um filho Ismael, e Sara deu a luz a Isaque o prometido por Deus tinha Abraão 99 anos, até com mais de 140 anos ele gerou os seus 8 (oito) filhos; foi nos primeiros 25 anos de vida ao lado de Isaque entre o nascer e o sacrifício de Isaque, e o falecimento de Sará que ele casou com Quetura.
A cronologia não é verídica, mas na ordem foi assim: Hagar era escrava de sua esposa Sara, 1º nasceu Ismael; Sara (Sarai) esposa, 2º nasceu Isaque; e de Quetura (Cetura) 3º nasceram outros seis (6) filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, e a Isbaque e Suá, que o Antigo Testamento faz narrativa bíblica do povo medianita e o povo árabe a qual pertenceu Zípora, a esposa de Moisés.
Seus filhos foram oito ao todo: Ismael, Isaque, Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá
Fontes de pesquisadas por: Valdeci Fidelis é ThM e Membro do CPB.
A Vida de Abraão solicita ao leitor pesquisar na Bíblia as concordâncias entre parênteses e aspas.


quarta-feira, 19 de junho de 2019

QUEM ERA O MOÇO QUE FUGIU NU-BÍBLIA


Quem era o Jovem nu citado na Bíblia? As Escrituras nos informa que o Getsêmani, era o jardim da casa dos pais de João Marcos, que depois foi chamado apenas de Marcos, embora possam pensar que ele seja o segundo livro do Evangelho por seguir a ordem, mas ele é o primeiro escrito pelos apóstolos, que pelo embasamento bíblico consta Mateus pela genealogia de Jesus o Filho de Deus.
O evangelho de Marcos trás um fato exclusivo e, no mínimo, curioso no momento que Jesus está sendo levado pela guarda ao Sinédrio. Um homem vestido com apenas um lençol está segundo Jesus e quando a guarda tenta prendê-lo, o jovem acaba deixando cair o lençol e foge nu.
Estes são os versículos que relatam o ocorrido: "Um jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo a Jesus. Quando tentaram prendê-lo, ele fugiu nu, deixando o lençol para trás." Marcos 14:51,52
Essa passagem parece estar meio que fora de contexto, como se não precisasse estar ali, por não acrescentar nada à mensagem do evangelho. Então, o que levou Marcos a escrever sobre esse fato? Quais são seus motivos, afinal? Acredito que tenha sido algo relevante para o próprio autor e boa parte dos historiadores diz que este jovem que o texto relata seria o próprio João Marcos. Claro que não temos certeza, mas esta é uma suposição.
Uma presunção interessante que encontrei a respeito do ocorrido, é a seguinte: "É provável que a casa de Maria, mãe de João Marcos, fosse o local onde ocorreu a última ceia de Jesus. Como Judas saiu antes do término da ceia, não sabia que Jesus tinha ido ao Getsêmani, por isso o traidor se dirige à casa de Maria, acompanhado de uma guarnição de soldados armados que fazia a segurança do Templo. Nesse momento, o jovem João Marcos, que já estava deitado, se levanta e vê que Judas está saindo na direção do jardim onde Jesus costumava orar.
Então, o jovem Marcos resolve avisar a Jesus e sai apressado, enrolado apenas com um lençol, pois na pressa, teria sido a única coisa que encontrou para se cobrir. Ao chegar lá, Jesus já estava preso, Marcos então meio desnorteado, vai o acompanhando até que é obrigado a correr, deixando o lençol nas mãos dos guardas." (Professor Marcos André, Clube da teologia)

Bom, esta é apenas uma conjectura, existem outras fontes que podem trazer explicações diferentes. Pessoas usam este texto como forma de trazer uma mensagem, por exemplo falando que esse jovem vestido com o lençol é um símbolo daqueles que seguem a multidão sem saber direito o que estão fazendo. O jovem do lençol também representa aqueles que são seguidores ocasionais de Cristo; pessoas que seguem movimentos e não verdadeiramente a Jesus.

E você, o que pensa a respeito? Acha que o jovem do lençol era mesmo João Marcos ou apenas um desconhecido que ele quis citar?

quarta-feira, 12 de junho de 2019

PALAVRA MESA NA BIBLIA

AS TRÊS MESAS Estas “mesas” mencionadas na Bíblia são figuras de linguagem (metonímia), onde o recipiente é utilizado para designar o conteúdo. Existem três destas "mesas" mencionadas nas Escrituras, sendo elas a de Israel, a do Senhor e a dos demônios. Vejamos brevemente cada uma delas. A mesa de Israel Estes são os privilégios conferidos divinamente a esse povo terreno de Deus. Davi menciona essa mesa no Salmo 23: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos...” (Salmo 23:5). O Senhor aqui é visto sob o aspecto de um Pastor revelando o Seu amor e cuidado pelo Seu povo. 

Davi tinha sido pastor de ovelhas e compreendia bem as necessidades das ovelhas bem como as responsabilidades do pastor. Neste salmo ele se compara a uma ovelha, que é um animal fraco, incapaz de defender-se e tolo, tendo Deus como o seu Supridor, Defensor, Guia, enfim tudo que precisa para o seu bem-estar. Este salmo também retrata profeticamente o Senhor Jesus como Bom Pastor (João 10:11,14), que cuida do Seu rebanho tendo dado a Sua vida por ele. O povo de Israel estava cercado de inimigos no tempo de Davi. 

Davi pessoalmente enfrentou e liderou muitas batalhas, confiado em Deus, e este salmo é o seu testemunho do cuidado, segurança, e generosidade de Deus. A Sua mesa estava farta de bênçãos para o Seu povo, livrando-o dos inimigos que o ameaçava. Ao morrer Davi, o seu filho Salomão teve o privilégio de reinar sobre Israel quando essa nação gozou de paz e chegou ao ápice da prosperidade, fruto da piedade do seu pai. Lamentavelmente Salomão eventualmente permitiu a entrada da idolatria entre o povo. Ao morrer Salomão, a nação se partiu em duas, a idolatria prevaleceu e elas se afastaram de Deus, o seu Pastor. 

Lemos em Ezequiel 34:5 que “Assim se espalharam, por não haver pastor; e tornaram-se pasto a todas as feras do campo, porquanto se espalharam” (Ezequiel 34:5). Devido à dureza dos seus corações a sua mesa tornou-se "em laço, e em armadilha, e em tropeço, e em retribuição; escureçam-se-lhes os olhos para não verem, e tu encurva-lhes sempre as costas. " (Romanos 11:9,10 ref. Salmos 34:8 e 28:4). Essa é a situação do povo de Israel desde os tempos apostólicos até hoje, embora individualmente muitos deles tenham se arrependido e voltado a Deus, e mesmo recebido Jesus Cristo como Salvador e Senhor e assim participado da “mesa do Senhor” descrita abaixo. 

Mas Deus prometeu a Israel: “Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Livrá-las-ei de todos os lugares por onde foram espalhadas, no dia de nuvens e de escuridão.” (Ezequiel 34:12). Este dia é mencionado por outros profetas dando-lhe este e outros nomes, entre eles o “Dia do Senhor” (Amós 5:18, Joel 2:1, Sofonias 1:14, 1 Tessalonicenses 5:2, etc.). 
Haverá uma grande tribulação para a terra e especialmente para os judeus, mas o remanescente dos judeus se converterá a Cristo e será salvo A “mesa de Israel” será então restabelecida na terra, e esse remanescente, salvo dos seus inimigos, voltará à terra que antigamente o Senhor prometeu aos seus patriarcas (Sofonias 3:20, Romanos 11:25-27, etc.), para participar do reino milenar mundial de Cristo. 
Seu piedoso rei Davi, ressuscitado, reinará sobre a nação em cumprimento da profecia: “E suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar, o meu servo Davi. Ele as apascentará, e lhes servirá de pastor. Também meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor só; andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão” (Ezequiel 34:23 e 37:24). Os apóstolos de Jesus Cristo, também ressuscitados, julgarão as suas tribos (Mateus 19:28, Lucas 22:30). 

A mesa do Senhor As expressões "mesa do Senhor" e "ceia do Senhor" são encontradas no Novo Testamento apenas em I Coríntios 10:21 e 11:27, respectivamente. As palavras “mesa” e “ceia” não são intercambiáveis: enquanto "ceia" tem um significado literal, "mesa" denota metaforicamente tudo que o Senhor fornece ao crente, inclusive o privilégio de participar da "ceia do Senhor". Os detalhes sobre a participação da “ceia do Senhor” são dados em 1 Coríntios 11:17-34, e portanto menciona os símbolos na ordem em que devem ser tomados, isto é, primeiro o pão e depois o cálice. 
É de se notar que nunca se menciona o conteúdo físico do cálice nas Escrituras, mas, seja o que for, o seu conteúdo é símbolo do “sangue” de Cristo. Devemos lembrar que “sangue” aqui não é apenas a substância, mas metaforicamente é a morte de Cristo na qual derramou o Seu sangue em sacrifício, e é assim que é referido na Bíblia. O uso de vinho como a substância é tradicional, e em algumas igrejas exclusivo, mas não tem base no ensino bíblico.

 Em 1 Coríntios 10:21, dos símbolos na ceia do Senhor é primeiro mencionado o “cálice” e depois o “pão”, pois a morte de Cristo (o sacrifício), foi que originou os privilégios e responsabilidades (o pão), desfrutados pelos que por meio dele foram remidos. A “mesa do Senhor”, foi prevista em figura no Velho Testamento em passagens como Deuteronômio 12:27: "oferecerás os teus holocaustos, a carne e o sangue sobre o altar do Senhor teu Deus; e o sangue dos teus sacrifícios se derramará sobre o altar do Senhor teu Deus, porém a carne comerás." Assim como o altar dos holocaustos fornecia alimento a Israel, o sacrifício de Cristo na Cruz foi o meio de fornecer-nos a vida nova e o sustento divino, contidos na “mesa do Senhor” (1 Coríntios 10:17-18). 

Tanto o corpo de Cristo como a unidade espiritual dos membros da Sua igreja (o Seu corpo espiritual) são representados pelo pão que é comido na “ceia do Senhor”. Em seu sentido mais lato, o crente está permanentemente presente à “mesa do Senhor”. Foi o sangue de Cristo que cumpriu com a justiça divina, e ao mesmo tempo manifestou o amor de Deus. Dele resultou nossa reconciliação com Deus e a comunhão com outros igualmente redimidos por esse sangue.

 Essa comunhão é expressa no pão do qual todos comem, “Pois nós, embora muitos, somos um só pão, um só corpo; porque todos participamos de um mesmo pão” (v.17). Enquanto a “ceia” é o início da “mesa”, esta tem provisão para responsabilidades para serem exercidas e privilégios a serem desfrutados constantemente, não só na ocasião da realização da “ceia”. São muito numerosas as bênçãos disponíveis para o crente, e não vamos enumerá-las aqui. 

Como exclamou o apóstolo Paulo: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo” (Efésios 1:3). Para desfrutar melhor dessa provisão divina, o crente deve abster-se de qualquer coisa ou comportamento que não seja consistente com a mesa do Senhor: ele não pode participar deles e também desta mesa. Há uma comunhão para se manter, e cada um deve procurar o bem alheio e não o próprio, evitando assim que o outro venha a tropeçar. Tudo o que fizer, deve ser para a glória de Deus. 

Em 1 Coríntios 10, versículos 1 a 12, a experiência do povo de Israel é dada como exemplo e advertência: “todos foram batizados em Moisés... e beberam da mesma bebida espiritual, que era Cristo, mas Deus não se agradou da maior parte deles”, sendo em grande parte castigados com a morte. Isto porque alguns foram idólatras, alguns se prostituiram, alguns tentaram o Senhor e alguns murmuraram, e “tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi escrito para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia”. A mesa dos demônios As ofertas e sacrifícios feitos pelos idólatras, nos vários altares dedicados às suas imagens ou esculturas, geram o suprimento pelos poderes das trevas em sua “mesa” aos devotos deste ou daquele deus, santo, ou outro objeto religioso. 

A atividade desses seres sem dúvida abrange muito mais do que o simples atendimento ao culto ou veneração desses objetos, pois existem outras formas de dedicação a outros “senhores”, como às riquezas (Mateus 6:24, 16:13). A mesa dos demônios está posta para o mundo descrente com uma variedade de iguarias formosas e atraentes, e os crentes são prevenidos em 1 Coríntios 10:21 de que não devem procurar participar desta mesa junto com a mesa do Senhor. Na igreja em Corinto havia a tentação para os crentes participarem de costumes e práticas idólatras para usufruir dos seus supostos benefícios. Em sua carta o apóstolo Paulo protestou contra isto, pois é incoerente para um crente em Jesus Cristo participar das duas mesas. 

É também um ato de traição e deslealdade ao Senhor Jesus alguém que diz tê-lo como Salvador e Senhor juntar-se aos que procuram os demônios para suprir-se. Tal comportamento poderá provocar o Senhor ao ciúme (1 Coríntios 10:22, Ezequiel 16:42), sendo insensato pois “somos, porventura, mais fortes do que Ele?” indaga o apóstolo. O crente que assim transgride é passível de julgamento ao invés de participar das bênçãos da mesa do Senhor. R David Jones © 2005 - 2013.
  
Outro texto de fonte segura abaixo afirma:

Na Bíblia encontramos vários textos que abordam o valor da refeição em família. A mesa nos tempos bíblicos era diferente das que temos hoje.

Coisas importantes, na história bíblica, aconteceram ao redor da mesa.  Reconciliação e perdão: Uma das passagens mais lindas de toda a Bíblia é o reencontro de José com seus irmãos (Gn 42 a 45). O perdão de José aos seus irmãos se deu num ambiente de refeição (Gn 43.31-34). Lendo esse texto, podemos chegar à conclusão de que muitas vezes podemos externar nosso arrependimento, pedir perdão ou liberar o próprio perdão ao redor da mesa.
Lembranças: Em Êxodo 12.1-20 encontramos Deus orientando o povo para usar a refeição em família para relembrar a libertação do Egito. Use os momentos das refeições para lembrar o quanto Deus tem sido bondoso para com sua família. Lembrem juntos o que Deus tem  feito a favor da família.
Ministração: Jesus usou um momento de refeição, na casa de um fariseu, para ministrar lições valiosas para os Seus discípulos (Lc 14.1-14). Naquela oportunidade falou sobre as prioridades do Reino e do valor da humildade.  Aproveite as refeições em suas casas para discipular seus filhos e transmitir preciosidade eternas para suas vidas.
Instrução: Deuteronômio 6. 4-8 é um texto muito conhecido. Embora a palavra “mesa” não apareça no texto, podemos concluir que o momento que a família sentava à mesa era de sua importância para os pais instruírem seus filhos a respeito de Deus e de Sua vontade. “Converse sobre elas quando estiver sentado em casa”, nos aponta que o momento da refeição é um lugar propício para ensinar os filhos a respeito das coisas espirituais.
Orientação: Deuteronômio 14. 3-27 é um texto que narra sobre os alimentos proibidos e permitidos em Israel. À mesa também podemos conversar com os filhos sobre o valor de uma boa refeição e os benefícios que um alimento rico em fibra, proteína e vitaminas podem fazer ao organismo.
Compartilhamento: Jesus também usou um ambiente de refeição, ao redor da mesa, para compartilhar sua dor e sofrimento (Mt 26.17-30). Podemos aproveitar um ambiente de refeição para abrir o coração e compartilhar com nossos queridos as preocupações, ansiedades, dores e sofrimentos.
Lugar de sonhar: Gênesis 24.50-60 narra como se deu o acerto de casamento de Isaque e Rebeca. Com certeza hoje, em nossa sociedade, não é recomendável. Mas o que está por de trás do texto é que podemos usar as refeições em família para compartilhar com os filhos os nossos sonhos, como pais e mães, a respeito dos seus futuros maridos e esposas. Aproveite as refeições em sua família e converse com seus filhos sobre casamento, namoro e noivado.
Alegria: Jesus usou a figura da refeição para falar de alegria (Ap 3.20). Cear com alguém está associado, na cultura hebraica, a momentos de alegria. Transforme as refeições em sua família em momentos de alegria, de riso e de contentamento.  Concluindo, procure fazer das refeições momentos marcantes em família. A mesa é um lugar propício para deixar um legado para seus filhos e entes queridos
A matéria acima é uma republicação da Revista Comunhão. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

QUEM PODE DAR SACRAMENTOS

Quem Pode Ministrar os Sacramentos? Nosso interesse no momento é fazer as devidas considerações teológicas sobre a exclusividade da celebração dos sacramentos aos ministros devidamente ordenados.

 Minha metodologia não consiste em construir uma teologia em cima de rumos históricos-sociais que por acaso a igreja venha a tomar devido a multiforme coloração do fenômeno social universal através da história, pois se assim procedermos teremos uma Bíblia para cada época da história da humanidade, e seu conteúdo será determinado pela inconstante e turbulenta mutação do fenômeno humano sobre a terra, além do mais não teremos nenhum instrumento aferidor da própria teologia recém formulada porque até mesmo tal instrumento estará superado em algum ponto da história. 

 Meu procedimento metodológico será adotar confessionalmente as Sagradas Escrituras, a partir de sua exegese, considerando que ela seja imutável em seus princípios espirituais que governam a igreja de Cristo desde o início da expansão do evangelho aos gentios e dos princípios que governam uma igreja característicamente judaico-gentílica.

 Portanto nosso paradigma será sempre a revelação de Deus em Sua Palavra. Passemos então à análise das objeções feitas à atual hermenêutica da Igreja Reformada: OBJEÇÃO: Um dos argumentos levantado para a ampliação da ministração dos sacramentos, dando oportunidade à outras pessoas que não são ministros devidamente ordenados é o texto de Mt 18:18-20.

 Então, argumenta-se, que se Jesus ordenou aos seus discípulos, ou seja, a todos os seus seguidores que haviam crido nele, conclui-se que esta ordem é normalmente para os seguidores de Jesus e não especificamente para o “clero”. RESPOSTA: Há uma uma grande diferença entre os chamados “irmãos comuns” da atual igreja em debate e os discípulos que conviveram com Jesus. 
Aqueles discípulos não eram crentes comuns ou equivalentes a qualquer crente de nossa época. Quando eles foram chamados e comissionados para a ministração do batismo, a partir daquele momento eles não eram mais “irmãos comuns”, e sim apóstolos, evangelistas e oficiais divinamente comissionados por Jesus. 
Quem hoje é comissionado daquela maneira? Sabemos com certeza que quando alguém se levanta afirmando tal coisa, logo cai em descrédito com credenciais de falso profeta. Aqueles crentes foram chamados e comissionados extraordináriamente, enquanto que hoje nós somos chamados ordináriamente. 

O chamado extraordinário não existe mais. A continuidade daqueles ministérios é feita hoje de maneira ordinária através da convicção interna e evidências externas conferidas pela igreja. Isso indica que se lá teve que haver um comissionamento por Cristo, por Deus, pelos apóstolos, e mais tarde pela igreja, e isto de maneira extraordinária, então hoje, a ministração dos sacramentos deve obedecer sempre a um comissionamento ordinário, feito por Deus e confirmado pela igreja. 

 Não há um só texto nas Escrituras que nos ensine que pessoas não comissionadas participavam da ministração dos sacramentos. Vejamos alguns supostos exemplos: SACRAMENTO DO BATISMO FILIPE - Diz-se normalmente que Filipe não recebeu qualquer encargo especial para ministrar o batismo do eunuco de Candace, no entanto o fez como um leigo. Primeiro, a idéia de um encargo para ministrar batismo é algo da nossa época, não da era apostólica. Os que batizavam lá eram comissionados diretamente por Deus, não importando se eram apóstolos ou não.

 Aliás, as Escrituras não afirmam que só os apóstolos batizavam, mas só os que eram comissionados extraordianriamente por Deus, ou eram indicados pelos apóstolos, aos quais foi dado poder para comissionar também. Uma prova disto é que Barnabé também é chamado de apóstolo juntamente com Paulo, e Lucas em seu registro, não tem nenhum cuidado em explicar que tipo de apóstolo ele era. Filipe foi comissionado por Deus ( Atos 8:26, 39): O anjo do Senhor o chamou e enviou, logo a seguir o Espírito o arrebatou. Eis o seu comissionamento para tal. 

Não é sábio reivindicar um comissionamento para qualquer crente moderno tendo por base o comissionamento da era apostólica. São duas coisas muito diferentes. Devemos acrescenar que Filipe também era diácono eleito da igreja ANANIAS - Ananias é outro discípulo comissionado direto pelo Senhor para curar e batizar a Paulo. Ele não era um crente sem comissionamento, no meio da multidão, que batizava, mas alguém escolhido e chamado por Deus para tal missão, (At 9:10-11,15). A CASA DE CORNÉLIO - É bem verdade que Pedro estava presente ali, bem como o texto nada afirma que outras pessoas estivessem batizando alí. ZÍPORA - Quando circuncidou seu filho (Ex 4:25). Sobre ela devemos entender que isto é um exemplo isolado e foi realizado por uma mulher de um temperamento violento e num momento de ira, o que não deve ser imitado pelos crentes.

 O SACRAMENTO DA SANTA CEIA O MODELO PATRIARCAL DE ISRAEL - Argumenta-se que Israel celebrava a páscoa nos lares e os ministrantes eram os pais das famílias, e quando Jesus ordenou que continuassem com o sacramento certamente eles continuaram com a mesma prática. Este argumento sofre de uma falta de informação teológica muito séria. O argumentador parece não entender que Israel, desde a instituição da páscoa vivia debaixo de uma teocracia, e que foi nessa época que Deus ordenou a celebração pascoal às famílias. 

Mas isso era um preceito somente para Israel como o povo exclusivo da revelação. Certamente esse costume judaico não foi continuado pelos cristãos da igreja apostólica pelos seguintes motivos: 1) Em Israel predominava a religião da família. Todos sem exceção eram judeus nascidos, ensinados e praticantes na religião revelada. No Novo Testamento esse conceito de religião em família é praticamente esfacelado quando todas as nações são chamadas. Não são famílias que se convertem com a pregação apostólica, mas sim indivíduos. 

Assim, dificilmente haveria uma instituição do sacramento para ser celebrado em famílias porque somente alguns se convertiam dentro das famílias gentílicas, o que até hoje podemos constatar em nossas igrejas. I Coríntios trata de problemas na igreja que nascem exatamente desse alargamento da religião revelada somente aos judeus em direção aos gentios, esposas crentes e maridos incrédulos, maridos crentes e esposas incrédulas (I Co 7).

 É impossível falar-se de sacramento em famílias no Novo Testamento ao estilo do Velho Testamento. Certamente este modelo era incapaz de ser continuado a partir de Pentecostes. 2) A páscoa era diferente em alguns aspectos da santa seia. A páscoa era somente para Israel e alguns peregrinos estrangeiros que deveriam ser circuncidados para participarem daquele sacramento. Certamente que a páscoa era o sacramento familiar, daquela família com exclusividade, mas a santa ceia é o sacramento de todas as famílias juntas ao mesmo tempo. 

Não existe mais aquela exclusividade de Isarel como o povo da promessa, o que era também explicitado pela maneira como eram administrados os sacramentos. Tanto o batismo quanto a santa ceia assinalam um alargamento da religião de Israel. Certamente a páscoa não foi continuada e sim a ceia, com celebração característica da nova aliança. Dizer que qualquer pessoa na igreja podia ministrar a santa ceia com base na continuidade do modelo pascoal do Velho Testamento é pura conjectura teológica. O GRANDE NÚMERO DOS CONVERSOS - Este argumento consiste em dizer que o número de cristãos depois de pentecostes era muito grande para se reunir nos lares e ter os apóstolos sempre com eles. Portanto, certamente que os próprios crentes faziam a celebração daquele sacramento. 

 A isto respondo que durante aquela época os apóstolos não estavam ainda em missões intinerantes. Eles estavam com o povo todo tempo ensinando-os, até que fossem eleitos os diáconos para auxiliar em tarefas menores que o povo poderia estar fazendo, mas até isso eles achavam que era da alçada dos apóstolos (At 6:1-7). Não duvido que alguém, além dos apóstolos tenha ministrado a ceia naqueles dias, mas certamente se o fez, foi sob comissão extraordinariamente direta de Deus ou comissionados pelos apóstolos. 

Mas a verdade é que ninguém poderia ocupar uma função tão importante sem uma comissão. Se celebrar a santa ceia e o batismo fosse algo como ser presidente da UPA ou UMP, ou ser regente de um coral, ou qualquer outra função na igreja que qualquer pessoa poderia desempenhar, então estes sacramentos não deveriam ter um lugar tão especial e tão restrito à pessoas comissionadas e com credenciais divinas de seus chamados. Dessa maneira os sacramentos não deveriam ser ministrado apenas por gente tão bem escolhida. Como posso imaginar que Filipe e Ananias eram crentes comuns se eles participaram da história da salvação? Os sacramentos sempre são tratados nas Escrituras como sendo algo ministrado apenas por pessoas comissionadas. Não está claro nas páginas do Novo Testamento que eles eram ministrados por qualquer um. 

A igreja hoje, se guia exatamente por este princípio, entendendo que hoje permanece aquele aspecto ordinário daqueles dons e comissões dados aos apóstolos e cristãos do primeiro século (John Owen). Portanto, se eles lá eram comissionados para tal função pela voz do Pai, do Filho e do Espírito, aqui nós somos comissionados pela vocação da Palavra de Deus confirmada invisível e visívelmente na vida da igreja. Como geralmente se diz que As Escrituras em nenhum lugar afirma que os sacramentos são privacidade dos pastores, deve-se salientar também que em nenhum lugar elas dizem que pessoas sem serem comissionadas devam ministar-lhes. No livro de Atos percebemos que a igreja caminhou rumo a uma certa organização que exigia a eleição de determinadas pessoas para determinadas funções. Em todas as áreas de vida e governo da igreja as pessoas não estavam num dispositivo tal que qualquer pessoa pudesse assumir o lugar da outra dentro do organismo eclesiástico. 

A primeira prova disto é que os dons são dados distintamente a cada um. A segunda prova é que a igreja do Novo Testamento sempre foi conduzida por um tipo de “clericalismo” apostólico e profético, sem falar no sacerdote, levita e profeta do Velho Testamento. Só eles eram apóstolos e profetas. O círculo estava fechado. Ninguém mais podia entrar. Dons e funções eram exclusivos deles e de mais ninguém. A igreja sempre conviveu com uma forma de controle de sua própria vida organizacional. Uma das razões porque os sacramentos são exclusividades dos ministros é devido ao abuso que inevitavelmente nós chegaríamos. 

Se a igreja deve abrir para outras pessoas ministrarem os sacramentos, certamente que ela não permitirá qualquer um fazer isso quando bem entender. Logo fará uma escolha de alguém que seja capaz para tal função, e mesmo que essa pessoa não seja capacitada para isto, ainda assim a igreja proverá um meio de torná-la capaz para essa tarefa. Mas se ela escolhe e treina, capacitando-o acima dos outros congregados, não estaria ela fazendo já uma distinção clerical entre estes “distintos” e os demais irmãos comuns e incapacitados? 

Não é assim mesmo que já procedemos a tanto tempo: pessoas incapacitadas são escolhidas e treinadas dentre a multidão? Depois da escolha e do treinamento, inevitavelmente, os leigos deixaram de ser leigos para serem “clérigos”, pois agora constituem uma classe distinta e especial para um fim especial. Creio que a única maneira de evitar-se um clericalismo na igreja seria abrir para que todos, sem nenhuma exceção, pudesse ocupar o lugar de qualquer outra pessoa dentro da igreja sem nenhuma distinção. Isto certamente é impossível. Portanto o ideal de tornar a ministração dos sacramentos algo ao alcance de todos sem clericalismo é pura utopia. 

Fonte:  Livros Recomendados Recomendamos os sites abaixo: Monergism/Arquivo Spurgeon/ Arthur Pink / IPCB / Solano Portela / Spurgeon em Espanhol / Thirdmill Editora Cultura Cristã /Editora Fiel / Editora Os Puritanos / Editora PES / Editora Vida Nova.