Mostrando postagens com marcador macho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador macho. Mostrar todas as postagens

sábado, 26 de julho de 2025

LIVRO DE GÁLATAS 3:26-29 e 4:1-7

 

Gálatas 3.26-29; Gálatas 4:1-7. Unidade e Filiação em Cristo




A passagem de Gálatas 3.26-29 é um dos pilares da teologia paulina, enfatizando a unidade fundamental e a filiação divina que os crentes adquirem em Cristo, independentemente de sua origem étnica, status social ou gênero. Paulo confronta as divisões e a ênfase na lei mosaica que ameaçavam a jovem igreja da Galácia, oferecendo uma visão radicalmente inclusiva do povo de Deus.

Filhos de Deus pela Fé em Cristo Jesus (v. 26)

Paulo inicia afirmando que todos os que creem em Cristo Jesus se tornam filhos de Deus pela fé. O termo "filhos" (grego: huios) denota uma relação de pertencimento, herança e intimidade com Deus, em contraste com a ideia de escravos sob a lei. Essa filiação não é alcançada por ritos, obras ou ascendência, mas exclusivamente pela confiança em Jesus Cristo. É um status conferido pela graça divina, que transcende qualquer mérito humano.

Revestidos de Cristo pelo Batismo (v. 27)

O versículo 27 introduz a imagem poderosa de ser "revestido de Cristo" por meio do batismo. No contexto antigo, vestir uma nova roupa simbolizava uma mudança de status ou identidade. Assim, o batismo não é meramente um rito externo, mas uma incorporação profunda na pessoa de Cristo, uma união mística que transforma o indivíduo. Ao serem revestidos de Cristo, os crentes compartilham de Sua justiça, Sua identidade e Sua relação com o Pai. Essa nova vestimenta espiritual apaga as antigas marcas de diferenciação e estabelece uma nova realidade.

Abolição das Distinções Humanas (v. 28)

O ponto culminante da passagem é o versículo 28, que declara a abolição das principais distinções sociais e culturais que dividiam a humanidade na antiguidade:

a) Judeu nem grego: Desfaz a barreira étnico-religiosa mais significativa da época. A salvação não é mais privilégio de um grupo racial ou religioso específico.

b) Escravo nem livre: Rompe com as hierarquias sociais e econômicas. Em Cristo, tanto o cativo quanto o senhor têm o mesmo valor e acesso a Deus.

b) Homem nem mulher: Elimina as distinções de gênero que historicamente resultavam em desigualdades e subordinação. Em Cristo, homens e mulheres desfrutam de igual dignidade e participação plena na comunidade da fé.

É crucial entender que Paulo não está negando as realidades biológicas ou sociais, mas afirmando que, "em Cristo Jesus", essas distinções são irrelevantes para a nossa identidade e valor diante de Deus, bem como para a nossa posição na nova comunidade da fé. A comunhão com Cristo supera e transcende as categorizações humanas, criando uma nova humanidade unificada.

Herdeiros da Promessa (v. 29)

Finalmente, o versículo 29 conclui que, se pertencemos a Cristo, então somos descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa. Paulo reconecta os gentios crentes à história da salvação, argumentando que a verdadeira linhagem de Abraão não é definida por laços de sangue ou pela observância da lei, mas pela fé em Cristo. Através de Cristo, a promessa feita a Abraão – de que por meio dele todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gálatas 3.8) – se cumpre plenamente. Essa herança inclui todas as bênçãos espirituais e a participação no reino de Deus.


Em suma, Gálatas 3.26-29 é uma poderosa declaração da graça inclusiva de Deus, que, por meio de Cristo, derruba todas as barreiras humanas para criar um povo unificado e igualitário. A fé e o batismo em Cristo Jesus conferem uma nova identidade de filiação divina e herança espiritual, estabelecendo uma comunidade onde as antigas divisões perdem seu poder e significado.

Há algo mais que você gostaria de explorar sobre essa passagem?



Três destes argumentos são: a monogamia/poligamia, a escravidão e a liderança pastoral feminina na igreja. Nesta definição, Paulo de tal maneira reafirmou a prática cultural de sua época quanto deu margem para uma transformação de postura em benefício de alteração de cultura, rumo aos princípios gerais e universais expostos em outros textos. Existem três textos proeminentes sobre a matéria que convém analisar: Gálatas 3.26-29, I Coríntios 11-14 e I Timóteo 2.8-15. Diferentes textos paulinos serão citados, porém estes três formam o alicerce para chegar-se uma definição do assunto. 

GÁLATAS 3.26-29: Paulo escreveu carta aos Gálatas com a finalidade de instruir que a salvação é somente pela fé em Jesus Cristo. Oradores judaizantes ficavam doutrinando que, além da fé em Jesus, era indispensável também a submissão da lei de Moisés. A alegação de Paulo do seu evangelho é enérgica. 

No Capítulo Gálatas 3. A transição da Tutela para a Herança em Cristo

É importante notar que a epístola de Gálatas 3 possui versículo até 29 em e nenhum manuscrito conhecido, maioria das traduções bíblicas modernas o apresenta.

A passagem geralmente segue de 3.29 para capítulo 4.1.  Gálatas 4.1-7, que segue explicando logicamente após 3.26-29 e frequentemente é interpretado em continuidade, farei a explicação com base nessa suposição, pois ela aprofunda a ideia da filiação e herança. Considerando que a intenção era Gálatas 4.1-7, vejamos a explanação.


Gálatas 4.1-7: Da Menoridade Legal à Plena Filiação em Cristo. como segue: Gl 4:1-7: Isentando-nos da lei.

Após declarar a unidade e a filiação em Cristo, o livro de Gálatas 3.26-29, Paulo prossegue explanado 4.1-7 com uma analogia perspicaz para explicar a mudança de status dos crentes, de uma condição de "menoridade" sob a Lei para uma de plena filiação e herança em Cristo.

O Herdeiro Menor sob a Tutela (v. 1-2)

Paulo compara a situação daqueles que estavam sob a Lei a um herdeiro que ainda é menor (grego: nepios). Embora seja o verdadeiro dono de toda a herança, ele não tem mais liberdade do que um escravo. Ele está sujeito a tutores e administradores (grego: epitropoi e oikonomoi) até o tempo determinado pelo pai. Essa analogia ilustra a função da Lei: ela servia como um "tutor" ou "aio" (como vimos em 3.24-25), uma autoridade que supervisionava e restringia o povo de Deus, mas que não conferia a liberdade e a posse plena da herança prometida. A Lei, portanto, não era o fim em si mesma, mas um meio pedagógico.

A Escravidão sob os "Rudimentos do Mundo" (v. 3)

O versículo 3 amplia essa ideia ao afirmar que, mesmo nós, quando éramos "menores", estávamos "escravizados aos rudimentos do mundo" (grego: stoicheia tou kosmou). Essa expressão é complexa, mas no contexto paulino, pode se referir tanto aos princípios elementares e infantis da religião judaica (como as observâncias da Lei, ritos e festas) quanto a poderes espirituais que dominavam a humanidade antes da vinda de Cristo. De qualquer forma, a ideia central é que a humanidade, seja judia sob a Lei ou gentia sob sistemas religiosos e filosóficos, estava sob um jugo, sem a verdadeira liberdade e acesso a Deus.

A Plenitude do Tempo e o Envio do Filho (v. 4)

A vinda de Cristo é marcada pela expressão "quando chegou a plenitude do tempo". Isso enfatiza que a encarnação de Jesus não foi um evento aleatório, mas parte do plano soberano de Deus, que ocorreu no momento exato e perfeito de Sua providência. Deus enviou Seu Filho, "nascido de mulher, nascido sob a Lei". Essas duas frases são cruciais:

"Nascido de mulher": Afirma a plena humanidade de Jesus, Sua encarnação genuína.

"Nascido sob a Lei": Mostra que Jesus se submeteu voluntariamente às exigências da Lei, identificando-se com a condição de seu povo e cumprindo todas as suas exigências em nosso lugar.

Redenção e Adoção de Filhos (v. 5)

O propósito do envio de Cristo é duplamente claro: "para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos". Cristo nos redime (compra de volta, liberta) da escravidão à Lei e aos rudimentos do mundo. A consequência direta dessa redenção é a adoção de filhos (grego: huiothesia). Esse termo jurídico romano, muito familiar aos leitores de Paulo, significava a concessão de todos os direitos e privilégios de um filho legítimo e herdeiro, mesmo que não houvesse vínculo biológico. É um ato soberano de Deus que nos concede um status que não tínhamos por natureza.

O Espírito de Adoção e o Clamor "Aba, Pai!" (v. 6)

Como prova e selo dessa adoção, Deus enviou o Espírito de Seu Filho aos nossos corações, que nos capacita a clamar "Aba, Pai!" (grego: Abba ho Patēr). "Aba" é uma forma aramaica íntima e familiar para "Pai", equivalente a "papai" ou "paizinho". O Espírito Santo nos dá a certeza e a experiência interior de nossa filiação, permitindo-nos uma intimidade com Deus que era impossível sob a Lei. É o Espírito que testifica em nosso espírito que somos filhos de Deus (Romanos 8.15-16).

De Escravo a Herdeiro (v. 7)

A conclusão lógica de todo o argumento é apresentada no versículo 7: "Assim que já não és mais escravo, e sim filho; e, se és filho, és também herdeiro por Deus." Este versículo resume a transformação radical. O crente não está mais em uma condição de menoridade ou escravidão, mas desfruta da plena dignidade e dos direitos de um filho, incluindo a posse da herança que vem de Deus. Isso reitera o tema da promessa abraâmica e o coloca na pessoa de Cristo.


Em resumo, Gálatas 4.1-7 demonstra que a Lei, embora tenha tido um papel provisório de tutora, não podia conferir a verdadeira liberdade e a plena herança. Em Cristo, no momento perfeito de Deus, fomos resgatados da escravidão e adotados como filhos plenos, recebendo o Espírito que nos dá acesso íntimo ao Pai e nos garante nossa posição como herdeiros de todas as Suas promessas.


Capítulo 3, ele expõe que a promessa foi dada a Abraão, pois ele creu em Deus (v. 6) e os que são da fé em Jesus, esses são filhos de Abraão (v. 7). Isto só tornou-se admissível porque Cristo nos resgatou da maldição da lei ao morrer no madeiro, segundo determinação da lei (v. 13,14). Pela fé, os gentios recebem a Cristo e a promessa do Espírito. Quem deu a lei foi Deus para servir como um aio, protetor, até que a advento de Jesus pudesse levar os homens a acreditar nele. Neste contexto, ele desenvolve o texto de 3.26-29. Nos v 26,27, ele diz: “pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Versão Revisada, Imprensa Bíblica Brasileira, em todo o trabalho). Através da fé, todos são filhos de Deus. A palavra “todos” não deixa dúvida de que qualquer pessoa, livre de qualquer condição humana, pode ser salva e deleitar-se deste privilégio. O batismo o simboliza o sinal da nova situação e sugere que juntos se vestiram de Cristo, ou seja, são novas criaturas afeiçoar-se segundo seu Senhor. A fé em Cristo produziu um novo modo de ser e viver, embora permaneçam habitando na velha era. A doutrina da salvação pela fé não ficava reservada ao campo doutrinário, metafísico, mas acontecia a fazer parte da vida prática, do dia a dia, pois “se alguém está em Cristo, nova criatura é” (II Coríntios 5.17) No v 28, há a declaração de Paulo dizendo que: “não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Paulo põe alguns pares divididos por raça, meio social e natureza. O primeiro par indica a isolamento racial que existiu em toda a história do povo de Israel de se considerar o “povo eleito” e, desta forma, distinguir de todos os outros povos. Na fé em Cristo, não há mais raça (nacionalidade) escolhida. O principal par é formado pelas normas da sociedade: escravos e livres. Esta separação social nada constitui na fé. Para o seu tempo, esta era um conceito revolucionário já que a prática da escravidão estava arraigada em todo o mundo antigo. “O terceiro par deriva da natureza: “macho” e fêmeo”, palavras que se assinalam por definir a sexualidade de cada indivíduo humano. 

Homens e mulheres ocupam o mesmo patamar na presença de Cristo. Não há mudança humana e exterioriza na existência destas pessoas: o homem continua sendo homem, novamente a mulher, o escravo continua sendo escravo. Tudo permanece sendo absolutamente igual na sociedade. Isto faz objeto da teologia paradoxal de Paulo do “já” e do “ainda não” em analogia à salvação operada por Cristo que se nascia numa era atual e na era futura simultaneamente. Porém, no que envolve a fé em Cristo, e isto envolve a Igreja, estas distinções humanas se rompem e estas pessoas são completamente niveladas em Cristo. Todas elas tornam-se um em Cristo. Ou seja, não somente são niveladas como igualmente são unidas a ponto de serem um só povo na pessoa de Cristo. A unidade da humanidade é conseguida e vivenciada em Cristo. Ainda em relação ao v. 28, Lopes (2015, p. 5-7) não vê neste texto a eliminação da submissão feminina e de coincidência de funções no ministério pastoral. 

O assunto tem quatro oposições ao emprego deste texto para o ministério pastoral feminino. A primeira oposição diz importância ao objetivo do texto que é tratar da maneira perante de Deus porque cremos em Cristo e não dos cargos que homens e mulheres cumprem na Igreja. A segunda é que Paulo aprofunda a submissão feminina, não na queda, mas na competente criação. A terceira oposição diz respeito à palavra “um” no texto que constitui unidade de todos em Cristo e não identidade de funções. A quarta oposição é que Cristo não aboliu, na presente era, os efeitos do pecado e as punições quando pecaram.

 A primeira e a terceira oposições são textuais. De fato, o texto fala da nossa posição em Cristo que a gente foi recebedora mediante nossa fé nele. O assunto é se esta nova posição não traz insinuações de caráter prático para a afinidade homem-mulher. Se, em Cristo, não existe homem nem mulher, significará que, em Cristo, a mulher permanece submissa ao homem? Será que, em Cristo, o escravo segue subordinado ao livre? Ou o grego ao judeu? Paulo está difundindo uma abertura nova decorrente da atitude que os crentes têm em Cristo, a qual signifique esta nova posição aboliu com as diferenças e os igualou. A aplicação disto nas diversas sociedades se dará segundo as culturas de cada uma delas, mas o princípio está oferecido e afetará a questão do ministério pastoral feminino nas culturas onde isto couber. Não podem o viver numa condição de eras passadas quando a instituição terrena da igreja romana que ordena Padre e não a mulher no seu sacerdócio será que queremos representar em alguns ministérios o mesmo feito eklésio de não formação pastoral feminino. Em relação à unidade, segue-se o mesmo pensamento, pois não pode existir unidade com sujeição entre as pessoas envolvidas. 

A segunda e a quarta oposições não são textuais. O conceito de que a submissão da mulher ao homem principiou no Éden ou na queda é muito controvertida na teologia e não existe pensamento único acerca desta questão entre os teólogos que creem na concepção das Escrituras. Se, de fato, Cristo não revogou, na atual era, os resultados do pecado, também é certo que ele iniciou uma nova era cujas intenções podem, dentro das possibilidades culturais, ser havidos nesta era presente. Se a cultura aceita à Igreja vivenciar na prática o “nem homem nem mulher em Cristo” nesta era, por que não se conviveria? No v. 29, se as pessoas são de Cristo, imediatamente é a semente prometida por Deus a Abraão e sucessores de todas as bênçãos deste juramento. Não existe distinção nestas regalias entre uns e outros, entre homens e mulheres. O escrito de Gálatas 3.26-29, por ser doutrinário e apresentar princípios referentes à salvação em Jesus Cristo é um escrito que deve conduzir outros escritos que recomendem aparentes contradições com este ou provem fatos locais e culturais, pois: Esta é uma passagem crucial que tende a citar como a que governa a interpretação de todos os demais textos relevantes, ou ao contrário, a ser minimizada quanto às suas implicações. [...] Gálatas 3:28 deve ser visto como um contraste com o status inferior geralmente dado às mulheres nos dias de Paulo. É uma afirmação dramática que não deve ser desprezada, nem diluída com o objetivo de manter uma posição restritiva. Gálatas 3.28 aplicam-se a relacionamentos sociais dentro da igreja, e não meramente ao âmbito espiritual da soteriologia. Ao mesmo tempo, não significa que todas as distinções estão eliminadas. Nem uma declaração positiva como Gálatas 3.28, nem uma restritiva, como I Timóteo 2.12, devem ser consideradas à parte da revelação bíblica total sobre o assunto (LIEFELD, 1996, p. 166,168). Mickelsen (1996, p. 250), acompanhando nesta própria linha de pensamento, escreve que erudito do Novo Testamento, F. F. Bruce declarou em seu comentário de Gálatas 3.28: “Paulo estabelece aqui o princípio básico: se as restrições sobre esta questão se encontrarem noutras passagens das cartas paulinas CORÍNTIOS 11-14. Os capítulos 11-14 de I Coríntios abordam de questões referentes ao culto cristão. Visto que existiam problemas em relação a uns aspectos, Paulo escreve no significado de guiar a igreja. Em 11.2-16, ele trata da ação do costume do véu para as mulheres usarem no culto público. 

Valdeci Fidelis: Matéria continuada com a fonte pesquisada pelo autor...

PS.: Normas brasileiras em vez de (:) usa-se (.) com mesmo valor gramatical