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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

CARLOS DOUGLAS FIDELIS

A BEIRA DA SEPULTURA

Perder um filho sincero, amigo e leal, é como se sentir um estalar nas fibras mais intima do coração. A dor é imensa e causa o mesmo e profundo abismo na vida daqueles que o amam.
E só quem não sabe avaliar quem ainda não perdeu e não conheceu a desgraça cruel de ver diante de seus olhos, na impossibilidade da morte, aquele que muito tempo foi seu conhecedor dos momentos de magoas, comparticipastes de suas alegrias.
Só não calcula o quanto há de amargo nesta dor e momento quem não teve  apenas um amigo, que a morte lhe roubou, como dirá um filho!  Faz-se um vazio imenso em nossa alma; cerra-se-nos em densa treva como uma prisão escura, densas trevas no coração parece que tudo que nos cerca nos é hostil, nos ameaça, nos da medo, nos sufoca, e que nos vemos sucumbir a esse atentado que se pinta na nossa fantasia, que nos tira a força para reagir em tais momentos; porque nos falta amparo dos amigos, e do próprio que acabamos de perder, apenas velamos em vez de agirmos juntos. Não podemos mais contar com a força dos seus braços para nos abraçar,  nem o vigor das suas energias para nos alegrar e fazer resistir.

Diante destas catástrofes --- porque é sempre ver cair ao nosso lado um amigo, um filho, pai e irmão caído estremecido --- nosso espirito como que pára extático absorto no doloroso acontecimento que nos enluta, interrogado a si mesmo se não é um sonho, um pesadelo temeroso o que está vendo, ou uma realidade ainda mais cruel.
É assim que eu sinto a minha alma neste momento de angustia, em que meus olhos pousam neste escuro esquife, dentro dele se encontra encerra-se o mais belo coração de um ser humano, que nos foi dado até hoje confirmado pelos seus amigos a conhecerem, na alegria e na tristeza.

Mas já não é mais a dúvida o que me submete a pensar, não, porque a realidade está aqui: é a dor imensa que eu sinto por perdê-lo, é a mágoa crudelíssima que a sua morte me causa e aqui me trouxe e muitos vieram para dar-lhe o derradeiro adeus, acompanhá-lo a sua última jazida.

Descansa em paz, generoso coração; dorme tranqüilo, filho e amigo dos amigos, que a tua alma, com a saudade, que a tua lembrança será perdurável na minha alma, com a saudade mais viva, mais sentida, que um pai possa reagir pela certeza que um dia Jesus Cristo nos colocará face a face no eterno reino que não mais existirá a morte. Descanse em Paz.

Presidente Prudente, 06 de out. de 2019, por Valdeci Fidelis.