domingo, 12 de junho de 2022

A pregação expositiva e as Escrituras

 

 A pregação expositiva e as Escrituras

Concluindo sobre a exposição bíblica nas Escrituras, poderia verificar-se que ela aparece de forma destacada e bem documentada tanto no Antigo como no Novo Testamento. No entanto, não existe outra forma de pregação a não ser a que aponta para Cristo e se enquadra no padrão das escrituras. No Antigo Testamento, a exposição da Palavra de Deus levou as algumas nações ao arrependimento e novidade de vida. No Novo Testamento, a exposição das Escrituras produziu crescimento tanto qualitativo, quanto quantitativo da comunidade cristã.

Um sermão cristão sobre o Antigo Testamento necessariamente irá na direção do Novo Testamento. Isso é óbvio quando o texto contém uma promessa que é cumprida em Cristo: o pregador não pode parar na promessa, mas, naturalmente, irá prosseguir com o sermão até o seu cumprimento. O mesmo ocorre quando o texto contém um tipo que é cumprido em Cristo: o sermão vai do tipo para o antítipo. Isso também acontece quando o texto relata um tema que é mais desenvolvido no Novo Testamento: no sermão, o pregador vai do tema do Antigo Testamento para seu desenvolvimento mais completo no Novo Testamento, pois o real valor da exposição bíblica consiste em Jesus Cristo, o amém de Deus.

Quando a Palavra de Deus é pregada sob a unção do Espírito Santo os resultados são incríveis. O Senhor disse: “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55.11). Sendo assim, o verdadeiro crescimento da igreja só é possível através de uma pregação pura e simples, que além de edificar o corpo de Cristo promove o Reino de Deus sobre a face da terra.
Não é preciso ser um grande estudioso do assunto para entender claramente as dificuldades que sempre estiveram presentes na vida da igreja de Cristo. Os profetas do Antigo Testamento foram perseguidos. Os apóstolos foram todos perseguidos e até mesmo o próprio Jesus, o Deus encarnado, não ficou isento de sofrer oposição e ser odiado por aqueles que odiavam o avanço do Reino de Deus. Tanto é que em seu discurso de despedida encontram-se as seguintes palavras: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33b).

Por volta do ano 54 d.C., Nero sobe ao poder e desemboca-se uma das mais cruéis perseguições da história contra o povo de Deus. Dez anos depois, em 64 d.C., na noite de 18 de julho de 64, Nero teve a brilhante ideia de colocar fogo em Roma, cidade que, naquela época, era a capital do império e, com vestes de ator, subiu ao alto da torre de Mecenas, de onde assistiu ao terrível espetáculo das chamas que, sem piedade, lambiam de forma destrutiva e arrasadora a cidade dos Césares. Conta a história que foram seis dias e seis noites de chamas inapagáveis. Nero queria uma cidade mais digna de sua pessoa, mais moderna. Por isso, a ideia de destruir a cidade para, então, reerguê-la a partir das cinzas. Dos quatorze bairros de Roma, dez foram completamente destruídos pelas chamas do incêndio. Os quatro bairros restantes tinham sua população composta por judeus e cristãos. Esse fato deu ao imperador Nero provas suficientes, segundo suas conclusões, para colocar a culpa do incêndio nos cristãos. Daí então, uma brutal e sangrenta perseguição desencadeou-se contra o povo de Deus (GONZÁLEZ, 2011, p. 40 – 41).

Em 66 d.C., estoura uma grande revolução na região da Palestina devido a problemas religiosos entre judeus e gregos. O imperador, na tentativa de conter o motim, envia para lá o general Tito Vespasiano para, então, colocar um fim na revolução. O apóstolo Paulo foi condenado e degolado em Roma por volta de 67 d.C. e, segundo reza a tradição, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. Em 68 d.C., pressionado pelo império, Nero foge de Roma e põe fim a sua própria vida. No ano 70 d.C., o imperador Tito destrói a cidade de Jerusalém e, como consequência deste ato, há uma dispersão de judeus e cristãos mundo afora.

No ano 81 d.C., Domiciano assume as rédeas do governo de Roma. Foi chamado de “o segundo Nero”. Domiciano foi o primeiro imperador a arrogar para si o título de “Senhor e Deus”. É na busca implacável de conter o avanço do cristianismo que Domiciano deporta o apóstolo João, nessa época o único sobrevivente do colégio apostólico, então pastor em Éfeso, para a ilha de Patmos (GONZALEZ, 2011, p. 43). No entanto, o cenário sangrento de perseguição e terror sobre os cristãos, faz com que alguns proeminentes pais da igreja enfatizaram a tradição da pregação expositiva já anunciada pelos profetas e apóstolos da igreja.

Fonte: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/religiao/pregacao-expositiva