1. Os apostólos de Jesus eram todos homens por que?
1.1 - No contexto dos textos fornecidos, a principal razão apontada para Jesus ter escolhido apenas homens como seus doze apóstolos é que essa escolha estabeleceu um padrão para a liderança pastoral e eclesiástica. Argumenta-se que a liderança da igreja primitiva também era maioritariamente masculina. Naquela época, os homens detinham os poderes para "atar" e "desatar".
No entanto, é importante notar que a questão da ordenação de mulheres ao ministério pastoral é um tema complexo e debatido, e os próprios textos apresentam diferentes perspetivas e interpretações:
1.2 - Padrão de Liderança Masculina Algumas interpretações bíblicas e tradições teológicas argumentam que a escolha exclusiva de homens por Jesus para serem seus apóstolos, juntamente com a predominância masculina na liderança da igreja primitiva, define um modelo para a liderança pastoral. Esta perspetiva, conhecida como complementarismo, defende que homens e mulheres têm papéis distintos e complementares na igreja e na família, com a liderança espiritual primária atribuída aos homens.
1.3 - Contexto Histórico e Cultural Alguns estudiosos sugerem que certas passagens bíblicas que parecem restringir o papel das mulheres (como em 1 Timóteo e 1 Coríntios) devem ser entendidas dentro do seu contexto histórico e cultural específico. A cultura da época de Paulo, por exemplo, era fortemente patriarcal. Paulo, ao abordar a participação das mulheres na igreja, por vezes, respeitava as normas culturais para evitar "pedras de tropeço" à pregação do evangelho e garantir que a igreja não fosse mal vista pela sociedade.
1.4 - Igualdade em Cristo Outra linha de pensamento enfatiza a igualdade fundamental entre homens e mulheres em Cristo. Passagens como Gálatas 3:28 ("Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todas vós sois um em Cristo Jesus") são usadas para argumentar que as distinções humanas são quebradas e as pessoas são niveladas em Cristo. Esta perspetiva defende que o Espírito Santo capacita tanto homens quanto mulheres com dons ministeriais, e restringir o ministério pastoral com base no género limita o potencial da igreja.
1.5 - A Teologia Paulina das Duas Eras A teologia paulina, que aborda a "nova era" inaugurada por Cristo (o Reino de Deus) e a "antiga era" (dominada pelos efeitos da queda), sugere que, embora a Igreja viva imersa nas culturas da velha era, ela é também a comunidade da nova era, onde os princípios de igualdade em Cristo são supremos. Paulo equilibrava as exigências culturais com os princípios da nova era, promovendo mudanças graduais.
1.6 - Mulheres em Liderança no Novo Testamento O Novo Testamento menciona mulheres em papéis de liderança e ministério, como Febe, que era diaconisa e patrona (líder), Priscila, que ensinava com o marido Áquila, e as profetisas. Paulo também saudava várias mulheres que trabalharam ativamente no Reino de Deus.
1.7 - Rejeição da Relevância de Lideranças Femininas do Antigo Testamento Alguns autores argumentam que exemplos de liderança feminina no Antigo Testamento, como Miriã, Débora e Hulda, não são relevantes para a questão do ministério pastoral no Novo Testamento, pois nenhuma mulher foi sacerdotisa em Israel, e o Novo Testamento apresenta um novo paradigma de autoridade para a igreja.
Em resumo, a escolha de Jesus é vista como um padrão para alguns, enquanto outros interpretam a decisão à luz do contexto cultural da época e dos princípios de igualdade e capacitação pelo Espírito Santo que o próprio Novo Testamento também destaca.
2 - Então é por isso que até os dias de hoje, não são admitidas mulheres como lider pastoral nas asigrejas com regimento interno preciso?
2.1 - Sim, de acordo com os textos fornecidos, as razões pelas quais muitas igrejas, especialmente as pentecostais com regimento interno preciso, não admitem mulheres no ministério pastoral até os dias de hoje, estão enraizadas em interpretações bíblicas específicas e tradições teológicas.
Os principais argumentos para essa postura baseiam-se em:
2.2 - Interpretações Bíblicas Restritivas: Algumas passagens do Novo Testamento são frequentemente citadas e interpretadas como restrições diretas ao ensino e à liderança feminina na igreja. As passagens chave são:
2.3 - 1 Timóteo 2:11-14: "A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem...".
2.4 - 1 Coríntios 14:34-35: "As mulheres fiquem caladas nas igrejas, pois não lhes é permitido falar...".
◦ Estas passagens são usadas por muitas igrejas como parte dos seus regimentos internos para definir o que é permitido aos ministérios, excluindo as mulheres da liderança pastoral.
2.5 - Padrão de Liderança Masculina Estabelecido por Jesus e na Igreja Primitiva: Argumenta-se que, uma vez que Jesus escolheu apenas homens para serem seus doze apóstolos, e a liderança da igreja primitiva era maioritariamente masculina, isso estabelece um padrão para a liderança pastoral. Naquela época, os homens detinham o poder para "atar" e "desatar".
2.6 - Papéis de Género Complementares: Uma visão comum, conhecida como complementarismo, defende que homens e mulheres possuem papéis distintos e complementares na igreja e na família, sendo a liderança espiritual primária designada aos homens. Esta perspetiva enfatiza a igualdade de valor entre os sexos, mas com funções diferentes.
2.7 - Tradição Denominacional: Em muitas denominações pentecostais, a não ordenação de mulheres ao pastorado tornou-se uma tradição estabelecida ao longo da sua história, influenciando a cultura e a prática geral da igreja.
É importante notar que os textos indicam que esta não é uma visão unânime dentro do movimento pentecostal, e há um debate em curso com diferentes interpretações bíblicas e entendimentos sobre o papel da mulher na liderança da igreja. Alguns argumentam que as restrições paulinas estavam ligadas ao contexto cultural da época (patriarcal) para evitar "pedras de tropeço" à evangelização, e que, em Cristo, a nova era inaugurou a igualdade entre homens e mulheres. No entanto, para as igrejas que mantêm "regimentos internos precisos" baseados nas interpretações acima, a não aceitação de mulheres no ministério pastoral é uma consequência dessas convicções.
- Jesus escolheu com embasamento nos sacerdotes de Israel, que não existiam mulheres apenas homens da linhagem genética de Jacó?
3.1 -Sim, de acordo com as fontes, é argumentado que a escolha de Jesus de ter apenas homens como seus doze apóstolos estabeleceu um padrão para a liderança pastoral e eclesiástica. Esta perspetiva é frequentemente usada por muitas igrejas pentecostais para justificar a não aceitação de mulheres no ministério pastoral até os dias de hoje.
No que diz respeito à sua pergunta sobre a base nos sacerdotes de Israel:
• As fontes confirmam que, no Antigo Testamento, a função sacerdotal em Israel era exclusiva para homens e estava ligada à tribo de Levi, que por sua vez fazia parte da linhagem de Jacó. É explicitamente afirmado que "nenhuma mulher constituiu sacerdotisa em Israel".
3.2 - Embora a questão da liderança feminina no Antigo Testamento (com exemplos como Miriã, Débora e Hulda) seja abordada, as fontes argumentam que esses exemplos "não é relevante para a questão do ministério pastoral no Novo Testamento". Isso porque o Novo Testamento apresenta um "novo paradigma de autoridade para a igreja", diferente da nação de Israel ou de outras entidades do Antigo Testamento.
3.3 - Portanto, a interpretação apresentada nas fontes sugere que a escolha de Jesus dos seus apóstolos (todos homens) é vista como o estabelecimento de um novo padrão para a liderança da Igreja de Cristo, onde na época "eram os homens quem tinham os poderes para “atar” e “desatar”".
Em resumo, as fontes indicam que a ausência de mulheres no sacerdócio levítico do Antigo Testamento é um facto. No entanto, o argumento principal para a exclusão de mulheres do pastorado nas igrejas que adotam essa visão baseia-se mais diretamente na escolha de Jesus de doze apóstolos homens e na predominância masculina na liderança da igreja primitiva como um "padrão", e menos numa ligação direta e explícita de Jesus ter baseado a sua escolha nos sacerdotes da linhagem de Jacó. O texto aponta para uma "nova era" e um "novo paradigma" para a autoridade da igreja no Novo Testamento.
4. Então quando Jesus confirma que não tinha vindo para abolir a lei, apenas para cumprir e trazer a salvação era embasado a lei mosica apos João Batista?
4.1 -Sim, de acordo com as fontes, quando Jesus afirma que não veio para abolir a lei, mas para cumprir, essa declaração está profundamente enraizada na lei mosaica e em todo o Antigo Testamento, que serviam como uma preparação e apontavam para a Sua vinda e obra.
Vejamos os pontos principais:
4.2 - A Lei como Aio/Protetor até Jesus As Escrituras indicam que a lei foi dada por Deus para servir como um "aio" ou "protetor" até que o advento de Jesus pudesse levar os homens a acreditar n'Ele. Isso sugere que a lei tinha um propósito temporário e pedagógico que culminaria em Cristo.
4.3 - Jesus como o Centro do Cumprimento Jesus próprio confirmou que "convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos". Isto significa que o Antigo Testamento, incluindo a lei mosaica, tinha como função principal organizar e dar testemunho da vinda do Messias, sendo interpretado a partir do Filho de Deus.
4.4 - A Antiga Aliança e a Nova Era A "Antiga Aliança" (que incluía a lei mosaica) exerce a sua finalidade em Cristo. A teologia paulina, por exemplo, analisa a morte e ressurreição de Cristo como o centro da ação de Deus na história, inaugurando uma "nova era" de salvação. O "novo" que veio com Cristo não aboliu o "antigo", mas o transformou ao cumprir o seu propósito e essência.
4.5 - Princípios Maiores do Reino Jesus veio para consagrar o seu Reino, que é uma nova era de justiça, amor, paz, misericórdia, solidariedade e respeito à liberdade. Os mandamentos bíblicos, embora acoplados às suas épocas e sociedades, carecem ser interpretados de acordo com estes "princípios maiores do Reino".
4.6 - O Papel de João Batista Embora as fontes não se aprofundem especificamente na relação da lei mosaica após João Batista, o ministério de João foi o precursor direto de Jesus, anunciando a chegada do Messias e a iminência do Reino de Deus. O "advento de Jesus" é o ponto de viragem, e João Batista preparou o caminho para essa vinda. A "nova era" de Cristo foi inaugurada com a Sua morte e ressurreição.
Portanto, Jesus não veio para descartar a lei mosaica, mas para dar-lhe o seu sentido pleno e definitivo, revelando o propósito redentor de Deus que a lei prenunciava. O cumprimento da lei por Jesus é o que estabelece a "nova era" e os princípios do Reino de Deus, que se manifestam através da Sua obra de salvação.
- Por que que até hoje, as pessoas não entenderam ainda que muito se falam sobre que a salvação vem de Jesus e não de obras, mas pela fé?
5. -As fontes indicam que, embora a doutrina da salvação pela fé em Jesus Cristo, e não por obras, seja um pilar central da teologia cristã, especialmente nos escritos paulinos, a sua compreensão e aceitação contínua podem ser dificultadas por diversas razões:
5.1 - Controvérsias Históricas e Doutrinárias Iniciais: Desde os primórdios do cristianismo, houve "oradores judaizantes" que doutrinavam ser indispensável a submissão à lei de Moisés, além da fé em Jesus, para a salvação. Paulo, na sua carta aos Gálatas, refutou energicamente esta ideia, afirmando que a promessa foi dada a Abraão porque ele creu em Deus, e que Cristo nos resgatou da maldição da lei através da Sua morte. Esta tensão histórica demonstra que a distinção entre fé e obras na salvação não foi um conceito imediatamente universalmente aceite.
5.2. - Influências Culturais e Contexto Social: O evangelho frequentemente chega a culturas com valores e estruturas sociais já estabelecidas, que podem não se alinhar imediatamente com os princípios da "nova era" de Cristo.
5.3 - "Pedras de Tropeço Culturais": Paulo adaptou os seus princípios às classes culturais da sua época para não colocar "pedras de tropeço" à pregação do evangelho, visando que mais pessoas fossem salvas. Por exemplo, as restrições sobre o papel das mulheres, embora por vezes culturais, poderiam ser mal interpretadas como sendo sobre salvação, em vez de sobre a promoção do evangelho sem causar escândalo numa sociedade patriarcal.
5.4 - Valores Predominantes: Se uma sociedade valoriza as obras, o estatuto social ou o cumprimento de leis como caminho para a aceitação ou sucesso, isso pode criar uma dificuldade intrínseca para as pessoas entenderem a salvação como uma dádiva imerecida recebida pela fé.
5.5 - Desafios de Interpretação Bíblica: Uma leitura literal das Escrituras sem aprofundar os "princípios maiores do Reino" de Deus pode levar a mal-entendidos. Os mandamentos bíblicos, embora relevantes para as suas épocas e sociedades, precisam ser interpretados à luz da nova era de justiça, amor, paz, misericórdia, solidariedade e liberdade inaugurada por Jesus. A falta dessa hermenêutica pode fazer com que se continue a dar ênfase a certas "obras" ou regras como condição para a salvação, quando na verdade elas deveriam ser vistas como fruto da fé.
5.6 Resistência ao Estudo Teológico Aprofundado: Há uma menção de "preconceituosos a respeito da teologia por parte de muitas pessoas nas igrejas, principalmente entre o povo que é evangélico, de que 'estudar demais torna as pessoas críticas ou céticas'". Esta atitude pode impedir que os crentes aprofundem o seu entendimento sobre as nuances da doutrina da salvação, levando a uma persistência de interpretações que dão mais peso às obras ou à lei.
Em suma, a centralidade da salvação pela fé é clara nas Escrituras e na teologia paulina. Contudo, a persistência de conceções que incluem as obras como condição para a salvação pode ser atribuída a uma combinação de desafios históricos, culturais e hermenêuticos na compreensão e aplicação desses princípios fundamentais.
- Uma brincadeira: se uma mangueira ou pé de manga que deu muitas frutas durante uma vida inteira, ela se o clima natural não alimenmta-la de agua ela nã se salvará e morrerá por falta d'agua, então todos as frutas como obras produzidas não lhe garante a salvação como elemento na natureza?
6.1 A sua "brincadeira" é uma excelente analogia para ilustrar uma das doutrinas centrais do cristianismo, especialmente na teologia paulina, sobre a salvação pela fé e não pelas obras. De facto, a imagem da mangueira que morre por falta de água, mesmo tendo produzido muitas frutas, reflete bem a ideia de que as "obras" (as frutas) não são o que garante a "salvação" (a vida da planta) se o elemento essencial (a água, comparável à fé ou à graça de Deus) estiver em falta.
De acordo com os textos fornecidos, a perspectiva teológica é a seguinte:
6.2 Salvação pela Fé em Jesus Cristo: A salvação é obtida somente pela fé em Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas precisamente para instruir que a salvação é unicamente pela fé, refutando a ideia de que a submissão à lei de Moisés (obras) era indispensável. Os crentes desfrutam de completa salvação em Cristo, sendo justificados, adotados e renovados pela fé.
6.3 A Lei e as Obras não Salvam: A lei foi dada por Deus para servir como um "aio" ou "protetor" até a vinda de Jesus, com o propósito de levar os homens a acreditar n'Ele. No entanto, a lei não tem o propósito de salvar, e a busca pela salvação pelas obras da lei é impossível.
6.4 Jesus como Cumprimento da Lei e Inauguração de uma Nova Era: Jesus não veio para abolir a lei, mas para cumprir o que dela se referia a Ele. Com a Sua morte e ressurreição, Jesus Cristo inaugurou uma "nova era" de salvação. Esta nova era, ou o Reino de Deus, trouxe a justiça, o amor, a paz, a misericórdia, a solidariedade e o respeito à liberdade.
6.5 Obras como Fruto da Fé, Não Causa da Salvação: As boas obras não são o meio para alcançar a salvação, mas sim uma consequência ou manifestação da fé e da nova vida "em Cristo". O crente sincero recorre a Cristo para escapar do pecado, e a justificação produz santificação, sendo essa luta pela santificação pessoal uma prova de que se escapou à condenação. Tiago (James) afirma que "a fé sem obras é morta", o que sublinha que a fé verdadeira se manifesta em ações, mas as ações em si não são a condição para a salvação, e sim a evidência de uma fé viva.
6.6 Graça Divina: A salvação é somente pela graça de Deus. Deus concede graça e perdão aos que tendem ao pecado, oferecendo justiça imerecida ao pecador através de Jesus Cristo.
Portanto, na sua analogia, as "frutas" (as obras) são o resultado natural e esperado de uma mangueira saudável que está a receber "água" (a graça e a fé em Jesus). Se a "água" (a graça salvífica de Jesus recebida pela fé) não estiver presente, as "frutas" (as obras), por mais abundantes que sejam, não podem por si só sustentar a vida da planta (garantir a salvação). A salvação é uma dádiva de Deus recebida pela fé, e as boas obras são o testemunho visível dessa fé viva e transformadora.
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