quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SAÍDA DO EGITO E A MARCHA PELO DESERTO

ARQUEOLOGIA- A MONTANHA DO SINAI
Artigo teológico do Blog do Bispo Jaime


Os estudos atuais ainda não permitem localizar o Monte Sinai. O monte Sinai, assim como a expressão península do Sinai são acepções moderna que seguem uma tradição cristã do século 4° da nossa era.
A montanha de Moisés poderia estar localizada não na península do Sinai, porém na Arábia, a leste do golfo de Acaba, onde se localizam os vulcões, porque numerosas passagens da Bíblia: "E todo monte de Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre  ele em fogo, e o seu fumo subiu como fumo dum forno, e todo o monte tremia grandemente" Ex. (19:18) Descrevem a montanha escalada por Moisés como sendo, na época, o local de uma intensa atividade vulcânica: “A montanha fumegava até o céu, céu escurecido por nuvens tenebrosas e retumbantes”." " E vós vos chegaste, e vos pusestes ao pé do monte, e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus e havia trevas, e nuvens e escuridão. Então o Senhor vos falou do meio do fogo, a vos das palavras ouviste, porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma" (Dt. 4:11-12)“... a montanha estava em chama...” 
O vulcão a leste referência do de um explorador (chamado A. Musil em 1904) a de Acaba que embora hoje esteja extinto, passou, não muito tempo atrás por período de franca atividade e que os beduínos consideram lugar proibido: eles associam o vulcão, chamado Hala El- Bedr (Cratera da Lua Cheia) a Moisés e a Alá. A tradição segundo a qual a montanha de Moisés encontra-se na Arábia do Norte é sustentada pelos historiadores judeus, assim como Paulo em (Gal. 4:23-31), mas poderia ser, também, uma influencia dos grupos judeus que se encontravam instalados no norte da Arábia. Na realidade, é bastante difícil separar as diferentes tradições, e é possível não sabermos jamais onde estava localizada a montanha de Moisés.
Outra parte é sobre a arca da aliança, era apenas uma caixa de madeira de acácia (árvore comum na região do Sinai), de pequenas dimensões (cerca de 1,25 X 0,75). Sua descrição, bem como a sua construção Deus ordena a Moisés:" Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de  todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta. E esta oferta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre" (Ex.25:1-3) Fez também Bezaleel  a arca de madeira e cetim: O seu comprimento era de dois côvados e meio. Cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora; e fez-lhe uma coroa de ouro ao redor"(Ex 37:1-2)  Devem pertencer a época bem posterior. Como teria sido possível para nômade pobre reunir no deserto, tanta riqueza em ouro, prata, linho e outros materiais? A arca destinada a simbolizar Yahwe, representava um trono, ou estava destinada a guardar algum objeto sagrado, pedra ou outro qualquer. A arca deve ter desaparecido da literatura bíblica a partir do tempo de Salomão, talvez destruída por ocasião de um ataque egípcio ou por um incêndio.
A razão exata jamais será conhecida, seja como for, ela foi uma aparência modesta. A descrição dos querubins com as asas abertas, feito pelo redator bíblico, não deve ser mais do que extrapolação dos modelos encontrados na época, como poderia testemunhar a plaqueta de marfim (26 cm de comprimento) encontrada em Megido e que mostra um príncipe cananeu, sentado num trono e bebendo de uma taça, enquanto lhe são apresentados prisioneiros nus com as mãos amarradas às costas.
 Os hebreus que se reuniam em Cades, “onde corria com abundancia o leite e o mel” uma abundância que não poderia ser conhecida pelos hebreus que nasceram no deserto, mas que aos mais velhos vindos do Egito, podiam  bem imaginar, eles (hebreus) que caminhavam pelo Sinai, sonhavam, o que é fácil de compreender, pela vida errante que tinham e que sabia está quase ao alcance da mão, bastando poucos dias de marcha para a direção norte. Diz a Bíblia:"E caminharam, e vieram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Parã, a Cades, e, tornando, deram-lhe conta a eles, e mostraram-lhes conta a eles, e a toda congregação, e mostraram-lhes o fruto da terra" (Nm. 13:26) O fato de Moisés enviar explorações a terra de Canaã, conforme a Bíblia afim de verificar a situação na terra cobiçada mostra muito bem o estado de espírito dos Hebreus naquele momento. 40 dias, entre ida e volta, bastaram aos exploradores para cumprir sua missão. Ainda que Canaã descrita como uma região perigosa, rodeadas de tribos selvagem, os Hebreus não hesitaram em arriscar. Com a derrota do pelotão que atacou pelo sul, foram eles derrotado pelo rei  de Arad (Nm.21:1. Sendo difícil de atravessar pela força bruta, Moisés tentou a diplomacia e pediu ao rei dos Amorreus, Siom, permissão para passar, o que lhe foi negado ter-se-a então travado uma batalha e os Hebreus venceram, conquistaram a terra de Moabe e de Basã."Então veio Ameleque e pelejou contra Israel em Refidim. Pelo que disse Moisés a Josué:Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Ameleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão" ( Ex. 17:8-9) Esta  vitoria, somada à que  haviam conquistada contra os Amalecitas, que os atacaram enquanto descansavam em Rafidim, fortificou a resolução dos Hebreus e mostrou-lhes que não era impossível alcançar seu objetivo, isto é, conquistar a terra desejada denominada, para fins religiosos, terra prometida. 

Colaborou neste artigo; Diac. Fidelis.
Consultar (Jz.1:16) (Nm.14:45, (21:3) (25:1)
(Texto original publicado no Recanto das Letras sob n° @4620601-21/12/2013)


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